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por Paulo Roberto de Oliveira

No universo das PMEs, a linha entre explicar resultados e buscar culpados é tênue.

Como líderes, frequentemente enfrentamos circunstâncias desafiadoras que parecem conspirar contra nossos objetivos. A questão fundamental não está nos obstáculos que surgem, mas em nossa capacidade de responder a eles com responsabilidade estratégica.

O Sabotador Invisível das Decisões Executivas

O “Sabotador Vítima”, conceito da Inteligência Positiva desenvolvida por Shirzad Chamine, opera silenciosamente nas salas de reunião e decisões. Ele se manifesta em frases aparentemente inofensivas:

• “O mercado está impossível para empresas do nosso porte.”
• “Com essa carga tributária, é inviável expandir operações.”
• “A concorrência tem os melhores preços”
• “Se tivéssemos os recursos das grandes corporações…”

Estas narrativas, quando internalizadas, criam um ciclo de impotência que compromete nossa principal vantagem competitiva: a agilidade decisória. Para PMEs, o custo desta mentalidade é particularmente alto, resultando em:

• Paralisia inovadora quando mais precisamos de criatividade
• Desmotivação da equipe que espera direcionamento claro
• Perda de oportunidades enquanto o foco permanece nos obstáculos
• Cultura organizacional que prioriza justificativas sobre resultados

Um CEO que acompanho documentou suas reuniões estratégicas e descobriu que 70% do tempo era dedicado a analisar fatores externos incontroláveis. Ao inverter conscientemente esta proporção, sua empresa registrou crescimento de 32% em 18 meses, mesmo em um cenário econômico desafiador.

A Transformação da Responsabilidade em Vantagem Competitiva

A verdadeira liderança executiva se revela não quando tudo corre bem, mas precisamente nos momentos de adversidade. Junto com diversos líderes de PMEs implementamos três práticas transformadoras que converteram responsabilidade em resultados tangíveis:

1. Reorientação Estratégica do Foco

Implemente o método do “

“ em suas decisões executivas:

1. Mapeie claramente o que está dentro e fora de seu controle
2. Aloque 80% dos recursos e atenção para fatores influenciáveis
3. Monitore fatores externos sem permitir que dominem a agenda decisória

Uma empresa de consultoria aplicou esta abordagem quando perdeu três grandes clientes simultaneamente. Em vez de culpar a recessão econômica, redirecionou sua equipe para desenvolver pacotes de serviços específicos para o novo cenário, resultando na aquisição de sete novos clientes em um segmento anteriormente inexplorado.

2. Liderança Vulnerável com Propósito Estratégico

A vulnerabilidade calculada fortalece sua posição de liderança quando:

• Comunica desafios com transparência, sempre acompanhados de direcionamento
• Converte incertezas em oportunidades de engajamento coletivo
• Demonstra que reconhecer limitações não significa aceitar resultados inferiores

Uma empresa de tecnologia que implementou “sessões de realidade” mensais onde o CEO compartilha abertamente os três principais desafios do negócio, seguidos imediatamente por sessões estruturadas de solução colaborativa. O resultado foi uma redução importante no tempo de resposta a crises de mercado.

3. Mentalidade Experimental Disciplinada

Transforme a abordagem de sua empresa sobre resultados abaixo do esperado:

• Substitua a linguagem de “fracasso” por “experimento e aprendizado”
• Implemente protocolos estruturados de análise pós-ação
• Crie mecanismos para converter aprendizados em vantagens competitivas

Uma empresa de energia fotovoltaica institucionalizou “retrospectivas de projetos” semanais, onde tanto sucessos quanto desafios técnicos são documentados com o mesmo rigor analítico. Esta prática resultou na identificação de um padrão de ineficiência na abordagem comercial, levando a uma modificação no processo que aumentou significativamente o sucesso de vendas e a satisfação do cliente em 20%.

O Imperativo da Liderança Responsável

A diferença entre empresas que prosperam e aquelas que apenas sobrevivem frequentemente não está nas circunstâncias que enfrentam, mas na mentalidade com que respondem a elas.

“Quando abandonamos o papel de vítimas das circunstâncias e assumimos o de arquitetos de soluções, abrimos caminho para resultados extraordinários mesmo em cenários desafiadores”.

Em minha trajetória, observei repetidamente que as PMEs mais resilientes não são necessariamente aquelas com mais recursos ou mercados favoráveis, mas sim as lideradas por executivos que transformam responsabilidade em ação estratégica.

Para esta semana, proponho um exercício executivo prático:

• Identifique uma situação crítica atual em seu negócio
• Mapeie precisamente os elementos controláveis e incontroláveis
• Desenvolva um plano de ação focado exclusivamente nos fatores influenciáveis
• Comunique este plano à sua equipe com clareza e convicção

A verdadeira liderança não está em ter todas as respostas, mas em fazer as perguntas certas e assumir responsabilidade pelas ações que estão ao nosso alcance.

Quero agradecer por dedicar seu tempo e sua atenção a este espaço. Vamos seguir juntos, compartilhando experiências, expandindo horizontes e impulsionando o crescimento de nossas empresas — e, acima de tudo, das pessoas.

https://www.linkedin.com/pulse/lideran%C3%A7a-respons%C3%A1vel-o-caminho-do-vitimismo-%C3%A0-a%C3%A7%C3%A3o-oliveira-okmff/?trackingId=u6nLFOS8Rzij5lVqExDywA%3D%3D

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